Zero hora
Eu tenho uma mania compulsória de criar história.
Principalmente quando acordo com Beck do lado da cama na pura marola.
Pela janela vejo o céu tendo as nuvens e o sol como obra.
Passo o café pensando no que fazer na hora.
Às vezes só tenho que trabalhar no agora.
Ou então sentar no sofá sem pressa ou demora.
Tudo no tempo adequado, vivendo cada um dos segundos contados.
E nos meus últimos mil anos de reflexão nem 10 minutos haviam passado.
Apreciei o fresco café quente que agora já se encontra gelado.
Pensando entre ouvir música no sofá ou deitado no quarto.
Flutuando mesmo parado correndo pelo mundo sem sair do meu quadrado.
E olha que ainda nem tô chapado.
Então bolo mais um fino pra ficar safo.
E já procuro a golada do vinho gelado.
Desejando uma pele quente que me esquente ao lado.
Sem tempo nem de pensar, o furacão preto corre por todo o espaço.
Jogando minhas coisas por todo lado.
Agora tudo se vê bagunçado.
Sabendo que tem que parar, fica o furacão com seus olhos de mel a me olhar.
Pula no sofá, minhas mãos a mordiscar, se joga no meu peito e me tira todo o ar.
Deita a cabeça no meu colo para eu lhe acariciar.
Enquanto a fumaça se mistura ao ar e o cheiro de café e chá passa a dominar.
Faço carinho no meu bebê e nesses momentos que se é bom viver.
Sem pensar no que fazer a quem dever, nem aí se no amanhar não amanhecer.
Naquele momento a capacidade de escolher entre o parque ver, na magrela correr o vento a bater ou na companhia de um amor esperar o entardecer.
Tem horas que nem sequer quero beber.
Mas a noite todos assumem a carência que há de
ter.
Eu querendo me abraçar e entrelaçar em você e que
de manhã minhas costas nuas olhando o céu vai ser a primeira cena que vai ver.
E se entrar na minha brisa também vai entender, que
nesses pequenos momentos é que vale a pena a hora perder.
Autor: Akuma
Digitalização: Clio Company
Artista visual: Naka
Apoio: Sarau do boa